Estou num quarto de hotel.
Fechada em mim mesmo.
Tentando ler.
Martelos, pregos, madeiras, tum-tum-tum constante. Reforma.
Não consigo ler nem estudar, nem ao menos assistir um vídeo.
O pensamento então, voa.
É a minha forma de libertar-se.
Vai buscar dentro de mim o que já fui, o que já vivi, o que ainda almejo ser.
O tempo é inexorável.
Me olho no espelho. Sou eu mesma?
Tanto por que passei, tanto que vi, tanto que vivi...
Lá fora o sol brilha, e há uma grande nuvem branca reluzindo.
O tempo é cruel, eu sei.
E sei que a única forma de guardar o que foi vivido é através das minhas lembranças.
Meu pensamento viaja, e vai buscar outros ares, outros céus, outros quartos, outros afagos, tempos de outrora.
O barulho do tum-tum-tum diminui.
É preciso continuar sonhando. E fazendo o pensamento viajar.
Sempre.
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