Sunday 11 March 2012

Fui no Rio de Janeiro neste último final de semana.

E foi importante essa ida por vários motivos, porém citarei só um deles:

Pude sentar com minha mãe e por meu pai numa noite e falar pra eles, em resumo, tudo que eu sempre quis falar mas nunca falei: que eles são um exemplo de vida pra mim, em vários sentidos. No quesito trabalho, têm um alto grau de minha admiração pois trabalharam a vida toda para nos sustentar. Se não puderam usar seu alto grau de trabalho para serem bem-sucedidos na vida, isso já foi um outro ponto.

A vida é feita de escolhas, como aprendi.

E uma coisa que eles escolheram, que eu também falei pra eles, foi que decidiram estar juntos até hoje. Mas não se uniram. Foi sempre uma competição interna entre eles, sempre um espezinhando o outro dizendo que era melhor que ele. Nessa desunião, não cresceram profissionalmente, nem emocionalmente, nem financeiramente, consequentemente, não cresceram.

E os vejo, hoje os dois com mais de 70 anos, ainda se espezinhando um ao outro. Tô cansada disso, juro, pois cresci vendo os dois assim. Então falei tudo isso. Hoje que já sou adulta os consigo avaliar mais como seres humanos passíveis a errar e não somente a fonte total de conforto, modelos de pessoa, que quando criança pensava.

O que tiro disso? Não quero isso pra mim. Quero estar unida ao meu marido, em corpo, alma e ideias. Se não for pra ser assim, prefiro estar eu comigo mesma e meus filhos. Não quero estar alguém por estar. Quero que meu casamento dure pra sempre, isso eu quero sim. Mas que dure pra sempre estando eu sempre unida a ele em ideias, o respeitando e ele a mim... Estar com alguém porque se tem filhos com a pessoa, pra não se ficar sozinha, é um sofrimento pelo qual não quero passar na pele, pra mim mesma, pois já vi de perto o sofrimento dos meus pais.

É preciso união, conversa, planos, metas... definir o que se quer, alinhar com o que o companheiro quer, respeitando-se um ao outro fundamentalmente.

Só eu sei o quanto tenho a agradecer por ter um marido como o meu. Que me compreende tão intimamente, que eu às vezes me bato e me torço por dentro porque não me compreendi e ele já sacou tudo. Que respeita meus ideais, meu espaço, meus sentimentos... Que me aguenta nem quando eu me aguento! Obrigada, bebê!

E quero que continue assim. Não quero chegar a ser como meus pais nessa questão.

Pai, mãe, amo muito vocês, e hoje posso dizer tudo isso que disse porque Deus está me dando uma nova oportunidade: a oportunidade de ser unida ao meu marido e estar fazendo tudo pros meus filhos que vocês não puderam fazer por mim e meus irmãos.

A vida é feita de escolhas.

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