Sunday 31 July 2005

Ser Carioca é...

Começar alguma conversa com o usual "olha só..."; Ser marrento porque pode ser... afinal, olha só onde a gente mora! Dar inveja nos "não cariocas" pelo simples fato de sermos cariocas... Indignar-se com a inveja dos "não cariocas" com o habitual "faaala sério" Tratar tanto homens quanto mulheres de "cara" sem que isso seja considerado afronta... É comer pizza com catchup sim, e daí?!?! Ter certeza de que esta é a cidade mais linda do mundo, Falar com o "R" arrastado e com o "S" com som de "X" e exagerar ainda mais quando está perto de paulistas; Saber que as maiores torcidas do mundo estão aqui! Saber que o maior estádio do mundo é o Maracanã; Saber que a maior floresta urbana do mundo é a Floresta da Tijuca; Saber que a maior favela do mundo é a Rocinha; Entender porque a maioria dos estrangeiros acham que o Rio de Janeiro é a capital do Brasil; Aplaudir o pôr-do-sol no posto 9; Beber no AM/PM antes da night Comer no Cervantes depois da night; Parar no meio da night estrategicamente no Bar do Osvaldo e depois...... (quem conhece sabe... quem nunca foi vai continuar na curiosidade); Chegar na boate à uma da manhã; Ver o nascer do sol na praia depois da night; Ficar feliz com o horário de verão começa, porque isso significa uma hora a mais na praia; Agir com naturalidade ao encontrar artistas globais na rua; Buzinar assim que o sinal abre; Tomar mate sempre que estiver com sede; Torcer para alguma escola de samba, mas viajar no carnaval por que a cidade fica cheia de paulistas; Sair no bloco do Suvaco e no Simpatia é quase amor; Sair da Faculdade na segunda-feira e passar no Baixo-Gávea pra tomar uma gelada. Ir à praia sempre no mesmo lugar; Acampar na Ilha Grande pelo menos uma vez na vida; Odiar os argentinos que vão para Búzios nas férias e tratam as brasileiras como lixo; Passar horas na academia, nem que seja fazendo social; Ter amigos no condomínio onde mora; Ter amigos na academia onde malha; Fazer amigos na praia; Ir ao shopping fazer compras e não fazer social, porque isso é coisa, de paulista; Saber que as obras do "Rio Cidade" foram desnecessárias, mas até que ficaram bonitinhas; Odiar a atual situação das praias da Zona Sul; Estar sempre perto de uma favela; Morrer de rir ao ver paulistas dançando funk na televisão, como se esta fosse a última moda; Usar os engarrafamentos para comprar biscoito Globo e apreciar a paisagem; MAS PRINCIPALMENTE... Amar e respeitar muito esta cidade porque, mesmo com todos os seus problemas, ela é a CIDADE MARAVILHOSA!!!!!!

Créditos: Comunidade 'Ser carioca é...' do Orkut!

RIO TE AMOOOOOOOOOOOOOOOOO... Só pra quem mora aqui fora sentir mesmo a falta que você faz...

PS: Perdão aos meus amigos paulistas, não é nada pessoal, eu amo vocês, mas vocês sabem que o pessoal do Rio é marrento mesmo né :) Valeu!
PS2: Gente, que hilário que é o Orkut! Eu passo um tempão lá nas minhas comunidades... E sempre entro em mais! Se você AINDA não tem Orkut me diga, deixe email, que eu mando um convite!!!!

Friday 29 July 2005

A carreira que eu escolhi:

WHAT DOES A CLINICAL BIOCHEMIST DO?

Working as a Clinical Biochemist

Clinical biochemists produce and interpret the results of chemical and biochemical analyses performed on blood and other body fluids to help in the diagnosis and management of disease. Increasingly their work includes selected population screening and they advise on planning and monitoring treatment. Those who choose clinical biochemistry normally work in a hospital department or clinical chemistry/chemical pathology laboratory and analyse low concentrations of substances in patients blood and other fluids to aid clinicians in the diagnosis of disease and in monitoring its course during treatment.

Clinical Biochemists also advise clinicians and GPs on use of tests and interpretation of results as well as carrying out evaluation and quality assessment of diagnostic tests.

Typical work activities of people working in this field include:
-Planning and organising work in clinical chemistry laboratories.
-Carrying out complex analyses on specimens of body fluids and tissues.
-Auditing the use and diagnosis performance of tests.
-Developing new and existing tests, often automated and computer assisted but sometimes requiring considerable manual expertise.
-Liaising with clinical and technical staff. Some patient contact.
-Writing reports.
-Submitting funding bids and conducting research with clinicians.

Examples of research include the relation of chemical concentrations of particular substances to patients condition, age, sex, and diurnal rhythm; into methodology, quality control, precision, accuracy and biological variability, effects and interactions of therapeutic drugs and drugs of abuse, and effectiveness of preventative population screening; as well as providing expert advice to clinicians, perhaps in a specialised area such as inherited metabolic disorders.

Entry Requirements:
Clinical Scientists usually require a first (1) or upper second (2:1) class honours in a subject specific to the specialist area they wish to work in. most commonly acceptable are Degrees in Life Sciences (Biology, Microbiology, genetics or Biochemistry), Physics and Engineering. Science degree''s related to medicine, such as Biomedical Science, Medical Physics, Medical Electronics or Biotechnology may also be considered.

Training Programmes:
Graduates, on completion of a relevant Degree will then pursue a trainee period at Grade A and continue to study and train for qualifications in their chosen specialities. Training in Grade A involves a formal programme, with rotation between teaching and district general hospitals, overseen by a regional tutor. Completion of the Grade A training programmes will enable the trainee to apply for a Grade B position (in some cases this may be automatic).

This study can be done either full-time or part-time and will sometimes lead to an MSc and give part of the requirements for entry to the first stage of membership of the relevant professional body. The practical training normally takes place at a variety of different laboratories and both these aspects can last up to three years.

For more information on a careers in Clinical Biochemistry, please contact:
Association of Clinical Biochemists
130-132 Tooley Street
London SE1 2TU
Tel: 020 74038001
Fax: 020 74038006
Email: admin@acb.org.uk
Website: http://www.acb.org.uk

Taí. É isso que quero ser quando crescer (apesar de já ser crescida rsrs). Com 14 anos entrei no segundo grau para fazer um curso chamado Patologia Clínica, que era motivo de brincadeiras entre o pessoal porque diziam que a gente estudava os patos. Não, os patos não, mas o corpo humano visto através de números e dados de laboratório. Então me apaixonei por essa parte da Ciência, e entrei no curso de Farmácia justamente por ele ter a possibilidade de se estudar Habilitação em Análises Clínicas. Durante o meu curso divaguei e pensei em seguir outro caminho, talvez o de Análises de Alimentos (até que tive um péssimo professor em Bromatologia que me tirou todo o gosto por essa área), o de Indústria (não, muitos amigos dizendo que era o ó do bobó) e mesmo seguir o caminho natural: pura e simplesmente Ciências Farmacêuticas (nessa eu fiquei super interessada, gostei muito de fazer pomadas, loções e afins). Mas até que eu vim pra cá. Farmacêuticos estão em falta por aqui, porém os estrangeiros necessitam fazer um curso de nivelamento com duração de dois anos que custa 55 mil reais. Pensei bastante e vi que não estava a fim de pagar essa grana (nem se tivesse) pra fazer o tal curso para poder trabalhar atrás de um balcão de farmácia. Não, minha vida não é ali. Minha vida é fazendo esfregaços sangüíneos pra contagem de leucócitos, dosando triglicerídios no soro, e, no microscópio, observando células epiteliais no sedimento urinário, ou vendo a carinha da Giardia lamblia. É isso que quero fazer profissionalmente. Pipetar, dosar, fazer gráficos, observar... E como então poder trabalhar no que quero aqui?? Achando a faculdade que ofereça o curso que necessito. E eu encontrei! Não fica em Londres, mas sim numa cidade ao sul chamada Guildford, a 40 minutos de trem. O nome da universidade é University of Surrey. O curso? Clinical Biochemistry with Molecular Biology. E se Deus quiser e tudo contribuir a meu favor, em setembro do ano que vem (sim, o ano acadêmico aqui é doido mesmo e começa a cada setembro) estarei iniciando meu curso. Por mais um ano, estarei estudando inglês para obter a qualificação necessária pra cursar a universidade aqui. E continuarei trabalhando pra juntar o dinheiro necessário (universidade aqui não é de graça, especialmente para cursos de pós-graduação). Eu já estava com todos estes planos na cabeça faz tempo, mas hoje é um dia especial, pois foi o meu último dia de aulas na escola como aluna de inglês geral, e hoje mesmo me matriculei por mais um ano para cursos especializados. Posso fazer Business, Tourism, Accountancy, exam courses... Reinicio no dia 15 de agosto, vou começar fazendo English plus Literature pra ter a oportunidade de ler bastante clássicos ingleses, por um mês; depois, pelo mesmo período, faço English plus Arts, que sempre quis fazer, e vai aumentar ainda mais meu amor pelos quadros de pinturas! Depois entro no IELTS, o curso para o exame de inglês necessário para a universidade. Quando o iniciar, já vai estar na época de receber a resposta do Home Office, pra saber se eles me aceitam como estudante por aqui por mais um ano... Meu visto termina no final de setembro, e um pouco menos que um mês antes disso, mando meus documentos para serem checados, e meu passaporte para que eles carimbem o tão desejado visto! Queira Deus que sim!

Por enquanto?? É ler meu Harry Potter pouco a pouco pra não acabar rápido demais.. rssrrs... E comer minhas unhas de nervoso!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

PS: Shirlei, Milena, Denise, Thiago, Joanna: não consigo visitar o blog de vocês! O Cleanfeed (desculpa pela demora em explicar, Denise) é um parceiro da companhia provedora de Internet daqui de casa. Pelo que parece, eles rastreiam todos os websites que passam por este provedor, bloqueando todos os que eles acham que não devem ser acessados. Agora vai entender quais são os critérios deles pra bloquearem os blogs de vocês! Eu não posso fazer muito além de pedir que desbloqueiem, mas eles sempre podem recusar a liberar o acesso. Sorry :(

Sunday 24 July 2005

O novo livro de Harry Potter está tão bom que todo meu tempo livre está sendo dedicado a ele, por isso essa sumida da Net estes últimos dias.

Já cheguei no meio do livro, mas estou assim: quero terminar logo pra saber o que vai acontecer e ao mesmo tempo não quero, porque o próximo livro só vai sair daqui a uns dois anos, e o pior: vai ser o último livro! E eu não queria terminar nunca de ler esta história que tanto adoro! Melhor que fosse assim: eu leria todos os livros, e com minha varinha mágica: Obliviate!... aí estaria com a mente fresquinha pra ler tudo de novo rsrrs.... Coisas de fã!!!

Pra quem está esperando pra ler o livro em português quando lançar, aconselho a desde já reler todos os livros desde o no.1 pra refrescar a memória. Dá tempo e vale a pena!!!!

Links legais pra quem tá em dúvida quanto a conjugação de verbos:

Para verbos em português
Para verbos en español
To 127 different verbs, including English, Latin, German, Italian, French, Dutch...

Friday 15 July 2005

HOJE à meia-noite é o lançamento do Harry Potter! Mal posso esperar pra começar a ler o livro!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Este domingo estamos indo para Alton Towers, um parque de diversões no norte da Inglaterra! O tempo parece que vai estar bom, esperem pelas fotos (comprei uma câmera digital nova!!) ;)

É tão lindo Londres no verão... eu amo essa cidade!! ;)

Beijos!

Monday 11 July 2005

Sim, estou melhor! O sol brilha e a vida segue seu caminho. Obrigada!

Friday 8 July 2005

O dia após

Fui dormir exausta. De madrugada o telefone toca aqui, eram os parentes da Lidia perguntando se estava bem. Eu fiquei acordada por um tempo até conseguir pegar no sono novamente. E na cabeça, só me vinha as imagens que eu tinha visto na rua e na TV.

Acordei quinze pras sete e meu primeiro impulso foi ligar a TV para ver a situação. Fui ver no site do Transport for London como estava o transporte público. O metrô estava funcionando parcialmente, e os ônibus estavam com serviço quase normal. Me arrumei e fui para o trabalho.

E quando o ônibus veio e eu entrei nele? Prendi a respiração e subi. Tinha que ir. Se não fosse, não poderia seguir com minha vida aqui.

Subi para o andar de cima. A primeira coisa que vi foi um homem sentado na primeira cadeira da frente. Chorando.

O resto das pessoas, cada uma delas com a cara mais triste e assustada que as outras. O dia novamente amanheceu nublado, e isso aumentava a sensação de aperto no peito. Estava no ônibus 63, que tem ponto final em King´s Cross. Precisa dizer mais?

Nas ruas, as pessoas andavam com rostos sorumbáticos. Olhava pra porta da estação do metrô, e me doía pensar no que ocorreu lá embaixo no dia anterior.

Meus músculos doíam, e ainda doem, da caminhada de ontem. Hoje que fui sentir o esforço que fiz.

Trabalhei mecanicamente, só pensava em ir pra casa. Não fui à aula a tarde. Náo conseguiria me concentrar, quando o local onde explodiu o ônibus foi a 5 minutos da minha escola. E exatamente ao lado de onde freqüento o grupo espírita.

Comprei o jornal que ainda não li. Na capa, fotos de pessoas desaparecidas. Parece que houve gente que saiu do metrô devido ao fechamento, ligaram pra casa ou pro trabalho dizendo o que tinha acontecido, falando que iriam pegar um ônibus pra chegar ao seu destino, e foram entrar justamente no ônibus que tinha a bomba.

Eu sempre me senti tão segura em Londres. Vinda do Rio de Janeiro, aqui era um paraíso. Mas hoje, como andar na rua do mesmo jeito que antes? Como andar de metrô ou ônibus com a mesma despreocupação que tanto me encantava daqui?

Estou agradecida a Deus por estar viva. Mas também ainda preocupada, ainda mais pelos meus afetos daqui.

Ó Deus! Fortalece nosso espírito, por favor.

Obrigada, amigos, pelo carinho.
Ataques em Londres

[Traduzido do site da BBC]

Quatro explosões ocorreram no centro de Londres na quinta-feira, 07/07, matando mais de 50 pessoas e deixando 700 feridos.

No que parece ter sido um ataque coordenado, ocorreram explosões em três estações de metrô e num ônibus, justo quando a hora do rush pela manhã estava terminando.

Todo o sistema de transporte público no centro da capital parou, e a cidade entrou em um alto nível de procedimentos de emergência, que foram postos em prática. Todos os hospitais estavam cheios já na primeira metade da manhã.



A primeira explosão ocorreu no metrô Circle Line entre as estações de Liverpool Street e Aldgate East, às 8:51 da manhã.

Outra explosão aonteceu às 8:56 no metrô Piccadilly Line entre as estações de King´s Cross e Russel Square.

Às 9:17, uma nova explosão ocorreu em outro metrô Circle Line entre as estações de Edgware Road e Paddington.

A última explosão ocorreu num ônibus double-decker de no. 30, que viajava de Hackney até Marble Arch, às 9:47, em Tavistock Square. O ônibus estava fora de sua rota normal, sendo desviado dela devido à explosão ocorrida em King´s Cross.


Todas as linhas de metrô são suspensas.


Todas as estações de metrô fecham e permanecem fechadas por todo o dia.



Policiais fecham várias ruas pelo centro de Londres.


Pôster do jornal "Evening Standard", no mesmo dia pela manhã, já reportando os acontecimentos.


Passageiros numa estação procedendo à ordem de evacuamento. Sortudos são os que estão na plataforma...


...enquanto outros, perto de King´s Cross, têm que caminhar através do túnel.


Em Edgware Road, o serviço de emergência ajudando os feridos.


Os pacientes mais graves são encaminhados ao hospitais locais.


Em Tavistock Square, a testemunha Belinda Seabrook descreveu como a explosão ocorreu no ônibus: "Eu estava no ônibus da frente e de repente ouvi um barulho enorme; quando olhei para trás, metade do ônibus estava no ar."


As ruas de Londres se tornam caóticas pois milhares de passageiros tentam fazer sua viagem a pé.


Policiais percorrem as ruas de Londres; enquanto isso todo o sistema de metrô londrino já está fechado e os ônibus aos poucos páram por completam.


Embora a terrível natureza dos ataques, Londres não entrou em pânico. Quando os ônibus entraram novamente em circulação, algumas pessoas conseguem fazer seu caminho para casa.


Em Tavistock Square, peritos vasculham cada centímetro da área afetada, em busca da identificação do tipo de explosivo utilizado e outras informações que possam levar a quem provocou o acidente.


Nas estações de metrô, as equipes seguem com suas buscas, incluindo em King´s Cross.
Um policial, chocado com as cenas que viu, diz: "Eu não sei como o paraíso é, mas eu acabei de ver o inferno..."


O sistema telefônico dos celulares fica congestionado devido à enorme quantidade de ligações feitas pelas pessoas para dizer que estavam bem.


Em Canary Wharf, Docklands, as pessoas tentam sair do lugar por barcos, já que a DLR também fecha.

Thursday 7 July 2005

Vejo, do caminho de casa para o trabalho, nada mais nada menos do que uma muralha romana construída [...]

Após meu post sobre ônibus, comecei a escrever o pedaço acima, mas não terminei, pensando em continuar depois. Hoje venho aqui a escrever de novo, mas não como queria, não para falar de Londres como eu gosto de ver, alegre e vibrante no verão, mas uma Londres diferente de tudo que eu já vi.

Pode parecer engraçado dizer isso agora, mas ontem, quando andei de metrô, na Northern Line, pensei em como seria horrível se tivéssemos que passar por um ataque terrorista no metrô, como aconteceu em Madri. Fui de ônibus de onde trabalho, Moorgate, para Candem Town, passando por King´s Cross. Dormi no ônibus e acordei pela conversa de duas garotas que estavam sentadas atrás de mim. Uma delas não era inglesa e perguntou que prédio tão bonito era aquele mais a frente. A amiga respondeu que era King´s Cross, e eu também olhei, porque sempre gostei muito daquele prédio; colado ali fica a British Library, onde há tantos documentos e livros históricos... Peguei o metrô em Candem Town, e fui até Golder´s Green, para visitar uma escola de inglês que uma amiga minha havia recomendado. Quando terminei, não sei porquê, não quis voltar de metrô. Preferi voltar todo o caminho de ônibus. Se tivesse voltado de metrô, iria novamente até Candem Town e ali pegaria o 168. Esse ônibus passa por Euston, Russel Square, até chegar em Holborn que é onde eu estudo. Mas preferi pegar somente o 13, e depois peguei o 98 que passa até a escola. Mas tudo isso foi ontem.

Hoje, dormi um pouco mais além da hora; quando é assim, normalmente pego o metrô de Elephant & Castle até Moorgate; a viagem é super rápida e assim não chego atrasada. Fiz exatamente isso na terça-feira. Mas, como ontem trabalhei até um pouco depois do meu horário, pensei: ah, hoje vou chegar um pouco atrasada, e vou de ônibus e não de metrô. Peguei meu ônibus no. 100 e desci do ônibus às 8:09 h. Lembrei que meu Travelcard ia acabar, e então dei uma passada rápida na estação de metrô Moorgate, que fica entre o ponto de ônibus e meu trabalho, e comprei meu Travelcard. Era 8:10 da manhã. Fui então para meu trabalho, fazendo o que tenho que fazer todas as manhãs.

Em torno de 10:30 am, meu patrão me pergunta onde eu moro. Eu falo que em Peckham, e ele então me pergunta se tinha alguma estação de metrô por lá. Eu digo que não, que a estação mais próxima é a de Elephant & Castle, a mais ou menos 15 minutos de ônibus da minha casa. (No meu post sobre ônibus abaixo, comentei que gostaria de ter uma estação de metrô mais perto de casa. Já não penso o mesmo hoje!) Ele não responde, e diz que vai dar uma saída. Eu concordo e continuo meus afazeres. Eu trabalho no nível da garagem de um prédio enorme, que tem mais de 20 andares. Lá meu celular fica sem serviço, para receber ou para fazer chamadas. Já sabendo disso, eu coloquei no celular do Alejandro o telefone do meu trabalho, porque se ele precisasse se comunicar comigo, que ligasse para lá, já que meu celular não pegava. Estava então em meus afazeres e o telefone toca; como eu estava sozinha no escritório, atendi. Eram mais ou menos 11 da manhã (7 da manhã no Brasil). Pra minha felicidade ouço a voz do Alejandro falando comigo. Dentro de mim, eu pensei: ué, porque será que ele está me ligando quando ele sabe que estou no trabalho? Será que tem alguma mensagem urgente pra mim, alguma carta que chegou? Ele me pergunta então se eu estou bem, eu digo que sim, e ele me fala: não está sabendo do que aconteceu? Houve explosões no metrô e num ônibus. Onde????? Em Liverpool Street, Aldgate, Edgware Road e no ônibus em Russel Square. Eu fico preocupada, porque Liverpool Street é uns 10 minutos de onde eu trabalho. Ele me pede então pra não ir pra escola, e sim ir pra casa quando sair do trabalho. Falo que ok, que estou bem, e que vou ligar pra ele quando sair. Desligamos, e eu fico nervosa a cada minuto, já não conseguindo me concentrar pro trabalho. Um empregado entra no escritório para assinar o livro de entrada, e eu pergunto se ele sabe do que aconteceu, ele diz que sim, que estava na Embaixada Espanhola e que os {...}

-> São 19:54 agora, Alejando acabou de chegar (foi levar a mãe dele de carro no trabalho) e falou que a rua aqui de casa, assim como outras, ficaram fechadas porque encontraram uma bomba na delegacia de polícia que fica a dois minutos da minha casa! Ale falou que perguntou ao policial, e ele falou que encontraram um pacote lá, e descobriram que era uma bomba! Já foi levada pelo esquadrão anti-bombas e estão começando a deixar o trânsito passar de novo... Aimeudeus, se essa tal bomba explode, eu vou junto, porque moro muito perto da delegacia!!!

{...} ônibus estavam passando muito raramente por Central London, e que todas as estações de metrô estavam fechadas. Aí então que eu fico verdadeiramente nervosa, porque sem ônibus como iria chegar em casa?????????

Meu chefe chega, e então lhe digo que foi por causa do que estava acontecendo que ele me perguntou antes se tinha estação de metrô perto de casa. Ele confirma que sim. Ele liga o rádio e ficamos ouvindo. O telefone toca. Eu corro para atender. É minha amiga Neshe, preocupadíssima comigo porque sabia que eu trabalhava na City (é a parte de Londres onde foi mais atacada). Eu digo que estou bem. Ela me diz pra gente se encontrar (ela também estava no trabalho) pra irmos juntas pra casa. Mas penso: como vamos nos encontrar??? Ela trabalha na parte oeste da cidade, entre Bond Street e Baker Street, e eu na parte leste, em Moorgate. De ônibus, levaria mais ou menos 40 minutos. De metrô, uns 15 minutos. Mas com os dois não funcionando, só um jeito de ir: a pé. Meu chefe me deixou sair mais cedo, peguei minha bolsa, casaco e guarda-chuva e saí. Afora, uma chuva fininha, deixando tudo cinzento. A rua do meu trabalho é uma subidinha, e logo dou de cara com a entrada da estação de Moorgate: fechada e com polícias na rua. Agradeço a Deus ter levado meu guarda-chuva, e tento me orientar para ver como ia chegar lá entre as tantas ruas que teria que passar. Lembro do meu mapa de ruas, que infelizmente tinha deixado em casa (e algo me disse esta manhã pra levá-lo, mas eu não dei caso). Num instante, penso: como eu vou chegar no trabalho da Neshe se não tenho o endereço de lá?? Fui lá só uma vez, mas já fazia muito tempo e pra chegar no lugar certo não é tão fácil. Tento ligar pra ela do meu celular: não consigo, não chama, não dá linha. Lembro que ela me mandou ano passado um text message com o endereço do seu trabalho, para que eu colocasse como referência quando me candidatei num emprego em um café. Isso antes de eu começar a trabalhar em Lycatel, em setembro do ano passado! Com alívio procuro na parte de Messages do meu celular, e lá está: 61 Queen Anne Street. Bem, então sem mapa, tinha que seguir o caminho que o ônibus faz. Me pus a caminho, e pra lá e pra cá, vejo lojas fechadas, pessoas caminhando apressadamente pela rua falando ao celular, um clima pesado, piorado pela chuva fina que cai. Tiro meu celular, dinheiro e cartão do banco da bolsa e coloco num bolso no meu terno, por dentro do meu casaco. Se me roubam a bolsa, pelo menos eu tenho algum dinheiro e o pessoal consegue me contactar pelo celular. E ando, ando, ando. Acho um mapa num quadro numa rua, e ali vejo que estou indo muito para o sul ao invés do oeste. Corrijo minha direção, o que me ajuda muito. Passo pela estação de metrô de Saint Paul´s, e dali sigo numa linha reta que me levará ao meu caminho. Pela rua, táxis passando lotados, com gente fazendo sinal em vão. Pessoas sentadas no ponto de ônibus, esperando por um ônibus que nunca vem. A maioria faz como eu e caminha. Aqui e acolá colho informações do tipo: todas as estações de metrô estão fechadas.. o ônibus do nada explodiu... eu estou bem... como chego até tal lugar?... e mil e outras coisas que fazem minha cabeça rodar. Me dá fome, entro num supermercado que está aberto, compro chocolates, sanduíches e suco, para mim e minha amiga, e continuo caminhando e caminhando... Minhas pernas não doem, não quero demorar a chegar, mantenho o mesmo passo, e só caminho e caminho... Passo próximo a minha escola (que fica próxima ao British Museum, que fica próximo a Russel Square, que foi onde o ônibus explodiu....) e continuo andando. Estou na metade do caminho. Mais e mais carros da polícia passando, táxis que não páram... O povo de Londres fala muito ao celular, mas hoje ultrapassou todos os limites.. era difícil ver alguém que não estivesse usando seu celular. Acho que era por isso que as operadoras estavam tão ocupadas e eu não conseguia uma linha. Todo mundo andava apressado, olhando pra todos os lados; assim como eu. Eu só queria chegar onde estava minha amiga, pra daí irmos pra casa. Pelo menos eu estaria com ela e não sozinha. Eu não acreditava no que estava acontecendo, não parecia a minha cidade que eu amo tanto, mas... uma cidade com pessoas com medo.

Cheguei a Oxford Street. Se aquela rua já é ocupada normalmente, hoje então! Encontrei uma livraria aberta e comprei um mapa. Alejandro me liga e me pergunta onde estou, falando que iria me encontrar onde eu quisesse. Falei que seria melhor que eu e Neshe atravessássemos o rio Tâmisa pra aí ele vir nos buscar, porque do lado norte seria perigoso dirigir. Fui seguindo, e antes de passar pela estação de Oxford Circus, entrei por um outro caminho para não passar lá. Sabia que estaria superlotado aquela região, e eu queria evitar tumulto. Seguindo o mapa, fui andando por ruas transversais, até que cheguei finalmente no trabalho de minha amiga. 1 hora e meia andando, sem parar. 7 kilômetros percorridos. Não consegui conter lágrimas nos olhos quando a abracei. Pelo menos estávamos juntas.

Nos preparamos então para a caminhada para casa, que seria ainda mais longa do que a que eu já tinha feito. Chovia ainda mais forte e agora meu guarda-chuva tinha que ter espaço para duas. Seguimos em direção sul, atravessamos Oxford Street, passamos por Marble Arch. A Embaixada do Brasil fica bem ali perto, numa rua transversal, e quando passo, vejo a bandeira do Brasil voando. Deu ainda mais saudade nesta hora. Fomos andando, ao lado do Hyde Park, e para nosso grande alívio, passou um táxi vazio que parou pra gente, mesmo com outras pessoas dando sinal pra ele. Não acreditei em nossa sorte. Fomos, então, para a casa dela. No caminho, centenas de pessoas andando debaixo da chuva, caminhando para o sul, longe do centro de Londres... Do celular da Neshe, ligo pro Alejandro, dizendo pra ele ir me encontrar na casa dela. O motorista do táxi, muito solícito, chegou rápido em casa apesar do tráfico. Graças a Deus chegamos na casa dela, e então tomo chocolate quentinho e descanso meus pés doloridos. Foi quando tive a oportunidade de entrar na Internet, mandar um email pro pessoal dizendo que estava bem, e escrever a curta mensagem abaixo. Tentei ligar também para minha mãe, mas as linhas estavam ocupadas. Alejandro então, chega!!! Me leva pra casa. Eu cansadíssima, tomo um banho, como, e deito. Ligo pra casa, consigo falar com meu pai. Descanso.

Agora são 9:11 pm.

E daqui da cama, na sala, vendo as notícias na TV, estou escrevendo no blog. E esperando que eu acorde de tudo isso e possa contar como é bom andar de ônibus e de metrô em Londres. Novamente.

PS: As estações em negrito foi onde ocorreram explosões no dia de hoje.
PS2: Obrigada pelo carinho de todos que escreveram preocupados!! Minha família também está bem. Não tenho notícias de todos meus amigos que estão aqui em Londres, mas rezo para que todos estejam bem!
GALERA EU ESTOU BEM!!!!!!!!!!

Depois conto tudo... Bjos e nao se preocupem!

Sunday 3 July 2005

Vem ônibus que eu te quero bem!

Gosto de andar de metrô nesta cidade porque é rápido e eficiente (embora esteja faltando uma estação mais perto de casa). Mas no verão, é muito abafado down there, e por isso mesmo nada melhor do que andar de ônibus!!!

Por quê não?? O sistema de ônibus daqui é tão diferente do da minha cidade, com tantos aspectos positivos! É difícil você viajar de ônibus sem estar sentado, mesmo em rush hour você consegue um lugar após pouco tempo de espera. Carros de bebê ou deficientes físicos em cadeiras de roda têm espaços reservados. Todos os ônibus tem uma rampa que, quando acionada pelo motorista, vai até a calçada para facilitar a vida dos deficientes físicos. Não existe roleta e há duas portas bem largas. Têm CCTV (câmera). Alguns têm televisão pra gente ver os últimos gossips, saber do horóscopo, ou até ver como a gente fica na TV! En Central London não se pode pagar a passagem ao motorista, já se tem que ter o bilhete antes. Alguns (como eu) gostam de comprar um Travelcard por mês (bilhete para trem e metrô, dependendo da zona, e para toda Londres andando-se de ônibus) e assim, se paga só uma vez e pronto, não se tem mais preocupação com isso... nada melhor do que ficar fuçando na bolsa a procura de trocados cada vez que se pisa no ônibus... aff!

No próximo post falo do que ando vendo por aí nas minhas andanças...

Fim de semana: so far so good! Laptop devidamente preparado pra receber meus programas e arquivos que tanto amo... Primeiro fim de semana livre das horríveis ligações, com direito a festa de aniversário de amigo latino, porém os muchachos lá queriam ver a menina aqui dançar samba e lambada :) "Chorando se foi, quem um dia só me fez chorar..."

My heart craves for you
I can´t help it
Surely you know
That I love you so
Baby hug me plz
And kiss kiss me
So much to tell you
Can you feel the beat
Of my scarry heart
No te olvides plz
Que eu te amo tanto
"That´s all I´ve got to say
I love you, is that ok?"