Monday 18 August 2003

Democratização do chocolate

Na virada do século XVII, rivalizando com os cafés, começam a aparecer em Londres as casas de chocolate. Elas o tornam uma artigo relativamente democrático na Inglaterra. As casas oferecem comida e bebida, além de jogos de carta e dados.

Também há muita conversa. Conversa sobre tudo: da poesia à fofoca, da política aos negócios. As casa de chocolate londrinas se transformam no centro da vida social gregária. Abrem-se casas de chocolate na Bélgica, Suíça, Alemanha, Itália e Áustria. A Europa cheirava a chocolate.

Em 1765, um médico, James Barker de Dorchester, se associa a um fabricante de chocolate recém-chegado da Irlanda, John Honnon, e funda a primeira fábrica de chocolate dos EUA: a Companhia Barker. Naquela época, o chocolate já podia ser consumido temperado com cravo ou almíscar, dissolvido em vinho ou leite quente e adoçado com açúcar. Ele começa a ser aperfeiçoado e surgem novidades.

Em 1828, o químico holandês Coenraad van Houten inventa uma prensa de parafuso que permite obter o pó do chocolate. Começa também a ser comercializada a manteiga de cacau. A firma inglesa Bristol, Fly & Bons, em 1847, introduz o chocolate comestível. Em 1819, François Louis Cailler abre a primeira fábrica de chocolates suiços. Sete anos depois, em 1826, Philipp Suchard começa a fazer chocolate misturado com avelãs moídas. Em 1875, Daniel Peter e Henri Nestlé inventaram o chocolate ao leite.

Ele estava sendo aprimorado. Cada vez ficava melhor: mais macio, saboroso e cheio de ingredientes. A fabricação de chocolate, que começara em pequenas oficinas com simples equipamentos, se tornara um negócios de corporações e filiais internacionais. A industrialização exigia urgente expansão das lavouras de cacau. Todos trataram de plantar. Os belgas no Congo. Os holandeses no Ceilão, Java, Sumatra e Timor. Os ingleses nas Índias Ocidentais. Os alemães em Camarões e os franceses, além da Martinica, também em Madagascar. Os portugueses, já firmemente no controle do Brasil, plantaram seus cacaueiros em São Tomé e Príncipe, duas ilhas na costa oeste da África.

[continua]

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