Thursday 23 September 2010

Durante o longo tempo em que fiquei sem postar, foram tantas coisas que aconteceram. Que eu quis vir aqui narrar e não o fiz.

Porém, à medida que for recordando das coisas, irei compartilhando com vocês, e deixá-las aqui pra um dia em que já minha memória não estiver boa, quando (se Deus quiser), já estiver velhinha mas ainda podendo ler, irei poder dar boas risadas recordando.

Uma das coisas que quero contar é numa ocasião da minha volta ao Brasil. Após 4 anos morando em Londres, já havíamos dado ao charity boa parte do que tínhamos, empacotado outra parte, enviado pro Brasil, e o restante foi com a gente nas malas (é incrível como você guarda quinquilharias depois de 4 anos; a gente sempre acha que vai precisar pra alguma coisa).

Na nossa viagem de ida estávamos ansiosos pra chegar, começar nova vida no Brasil! Eu na verdade nem estava acreditando que estava deixando Londres! Antes de pegar no batente, uma semana de férias nas nossas respectivas cidades, junto às famílias.

Quando o avião tocou Belém, já havíamos passado pelo Rio, e dentro do terminal eu já sentia calor, embora o ar condicionado funcionasse a todo vapor. A primeira propaganda que vi foi uma de frente à escada rolante, com uma cerveja gigante, chamada Cerpa, que depois eu perguntei na época ao meu namorado, pois nunca havia escutado; Cerpa quer dizer Cerveja do Pará. Isso é tão comum no Brasil, de juntar sílabas iniciais de umas palavras pra formarem outras, mas eu já havia perdido o costume.

O sotaque das pessoas ao meu redor me impressionou, pois uma coisa é escutar um paraense falando, outra é escutar uma porção deles juntos. E meu namorado já nem tinha mais sotaque assim.

Bem, descemos e fomos pra parte onde se pega as malas. O aeroporto em si é muito bonito, o engraçado é que as esteiras onde ficam as malas ficam de frente pras portas de vidro que separa quem chega de quem espera quem chega! Ou seja, todo mundo lá fora dá pra ver a gente esperando e pegando as malas.

Aeroporto Val de Cans

Nessa, quando aparecemos nessa parte então, vi uma pequena multidão com uma faixa enorrrrme bem de frente pras portas de vidro. "Ai, tomara que não sejam eles a família do Rafael" Isso porque eu sou uma pessoa que não gosta de chamar atenção, e ser recebida assim, com todo mundo em volta me olhando, eu ia querer enfiar minha cara no chão.

E o Rafael olha e diz: "Olha lá eles!" e ri. E a família então vê a gente. Daí começa a algazarra. É todo mundo gritando, é corneta, é a faixa sendo sacudida! Na faixa estava escrito mais ou menos Bem-vindos Rafael e Josi. E mais algo que me falha a memória!!

Nisso todo mundo que tá no saguão das malas fica olhando e imaginando pra quem é que eles estão fazendo bagunça; eu disfarço é claro, e fico atenta olhando pra ver se vinham as nossas malas... Imaginem, esse era meu primeiro contato com a família do meu namorado!!!

Rafael sai pela porta de vidro, e vai abraçá-los, depois entra de novo pra me ajudar com as malas... Só no Brasil mesmo...

E daí eu saio também, e claro, morrendo de vergonha, vou abraçar o pessoal. Em horas assim eu fico muda, pois não sei como reagir, pois não sei entrar em algarraza assim com quem acabei de conhecer. Imagina! Mais de um com certeza me achou super antipática, eles fazendo a maior festa nos recebendo, e eu caladinha, só olhando pro chão pra evitar os olhares...

Rafael sempre tinha me falado tanto da família dele, todo mundo alegre, festeiro, super gente boa, e eu não tinha a mínima noção de que eles iriam nos preparar essa festa... Rafael disse que ele desconfiava!

Engraçado como as famílias são diferentes. A minha não é unida assim, não é de festa assim, normalmente quem vai me receber no aeroporto é só minha mãe, e o restante eu tenho que ir na casa deles visitar!!

Bem! Depois tive bem mais tempo pra conviver com a família Carneiro. E os cheguei a amar de coração! Tanto que hoje faço parte deles também... Hoje sou Carneiro também... Um beijo grande, querida família que me adotou!

Saudade do Pará... terra do meu querido marido e do meu filho, e que me cativou o coração! Conheça mais sobre o Pará clicando aqui.

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1 comment:

  1. ahahahaha, nossa, fico imaginando tua cara de paisagem com toda essa festa. O pessoal do norte é assim, mó festeiro, e muuuuuuuito receptivo! Quando estive no Acre visitando uma amiga fui muito bem recebida, a mãe dela me tratava como filha mesmo, sem distinção, era um barato.
    Bjssss

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