Wednesday 22 August 2012

Estou num quarto de hotel.

Fechada em mim mesmo.

Tentando ler.

Martelos, pregos, madeiras, tum-tum-tum constante. Reforma.

Não consigo ler nem estudar, nem ao menos assistir um vídeo.

O pensamento então, voa.

É a minha forma de libertar-se.

Vai buscar dentro de mim o que já fui, o que já vivi, o que ainda almejo ser.

O tempo é inexorável.

Me olho no espelho. Sou eu mesma?

Tanto por que passei, tanto que vi, tanto que vivi...

Lá fora o sol brilha, e há uma grande nuvem branca reluzindo.

O tempo é cruel, eu sei.

E sei que a única forma de guardar o que foi vivido é através das minhas lembranças.

Meu pensamento viaja, e vai buscar outros ares, outros céus, outros quartos, outros afagos, tempos de outrora.

O barulho do tum-tum-tum diminui.

É preciso continuar sonhando. E fazendo o pensamento viajar.

Sempre.

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