Tuesday 30 November 2004

Um novo manager entrou na companhia semana passada para administrar o SAC da empresa, já que antes este cargo era acumulado pelo diretor de Marketing, e ele não estava dando conta.

Ele teve uma conversa a sós com todos os empregados do SAC, e hoje pela manhã foi a minha vez.

Pois eu falei sobre todos (bem, quase todos) os problemas do SAC. Só não falei sobre uma garota muuuuuito da chat e fofoqueira que adora falar mal dos outros e falar alto. Mas como ele disse que dentro de poucos dias ele vai trabalhar ao nosso lado, então ele mesmo verá, com seus próprios olhos, como ela se comporta.

E então foi minha vez de falar sobre a necessidade que eu tenho de ir ao Brasil em janeiro, dizendo que eu precisaria me ausentar por um mês.

Ele disse que não teria problemas, contanto que alguém me cobrisse. Como eu já tinha falado com minhas colegas que falam espanhol, e elas disseram que vão me cobrir, então não creio que terei problemas!

Ele pediu para que minha estadia fosse menos de um mês, mas aí eu falei que isso dependeria de que eu conseguisse vaga nos vôos para voltar. Eu liguei para a STB daqui, e consegui uma reserva para a Alitalia, voltando dia 28/01, sexta-feira. Mas também vou fazer uma viagem... primeiro ir pra SP pela Varig pela manhã... depois, somente a tarde, viajar pra Milão, toda a noite, e só na manhã de sábado viajar para cá novamente.

Mas também se eu não viajo assim não consegui mais pelo mesmo preço e voltando em janeiro. Espero que tudo dê certo!

Friday 26 November 2004

Duas semanas antes de eu vir para cá, ou seja, uma semana antes de minha formatura , uma amiga minha farmacêutica que fazia pós no laboratório em que eu estagiava me ligou dizendo que o dono da farmácia onde ela trabalhava estava abrindo mais duas farmácias (uma inclusive não longe da minha casa); pediram à ela que achasse alguém, e então ela foi correndo me ligar. E eu disse que estaria vindo para cá e não poderia aceitar.

No último fim-de-semana quando eu liguei para minha mãe ela me disse que uma pessoa da Drogaria Pacheco ligou para minha casa pedindo para que eu comparecesse a uma entrevista tal dia... e eu não estava lá para ir...

Pensando nestas coisas me deixam triste, porque eu estudei tanto tempo para exercer minha profissão, e agora que estou graduada estou num país em que não posso exercê-la. Para isso tenho que estar com meu exame de inglês na mão, ter 50.000 reais só para pagar o curso por dois anos e ir estudar em uma cidade no interior da Inglaterra, longe de Londres. Depois disso, me submeter a um exame para ter o tão sonhado registro de trabalho como farmacêutica.

Eu sei que aqui, mesmo trabalhando part-time, ganho mais do que como farmacêutica no Brasil (em início de carreira). Mas o que eu queria era colocar em prática tudo o que aprendi na universidade. Falar sobre injeções, cápsulas, efeitos adversos, bulas, me vestir de branco, mexer com pipetas, buretas e tudo mais...

Ai, isso me dá uma dor no coração só de pensar.

Além do mais, comer comida brasileira da mamãe, sentir o sol no rosto toda vez que sair de casa, estar com minha família, etc...

Mas só de pensar em sair daqui também me dá dor no coração: não ter que me preocupar em sair na rua sem saber se vou voltar, a polícia que não é subornável e realmente atua, o transporte público, o sistema de saúde, o salário em libras, as casas antigas e museus que eu amo tanto, o rio Tâmisa, o interior da Inglaterra, e o mais importante: Alejandro.

Portanto, às vezes eu fico pensando se devo voltar ou não ano que vem, quando meu visto acabar. E aí eu penso: e seu eu voltar, quanto tempo vai demorar para que eu esteja aqui novamente??? Quanto tempo vou ter que estar separada do Ale???

:/ :/ :/

Thursday 25 November 2004

Hoje recebi um pedido de namoro por telefone no trabalho, acreditam???

O cara liga perguntando sobre dois cartões, em que ele já tinha usado todos os créditos e eu falei que infelizmente não poderia fazer nada por ele.

Ele pergunta em que país a companhia ficava, eu falo que em UK, ele disse que perguntou porque dava pra perceber que eu não era inglesa (ele é inglês, e claro, meu sotaque brasileiro sempre prevalece). Então eu falo que era brasileira, e ele diz que gostaria de conhecer muito o Brasil, e perguntou porque eu estava aqui. Eu só respondi: por muitas razões. Então ele me pergunta se eu gostaria de go out on a date, isso seria em português se conhecer pessoalmente com intenções de namoro. Eu digo: But, sir... e ele me diz pra gente se conhecer não com essa posição de atendente e cliente, mas pra namorar mesmo. Aí eu meto essa: mas como eu estava tentando dizer antes, a minha maior razão para estar aqui é o meu namorado.

Aí claro, ele diz que está tudo bem, agradece e desliga.

O que essa palavra 'Brasil' significa na cabeça de quem é estrangeiro??? Porque muitas vezes o cliente está bravo com a empresa ao telefone, gritando comigo e tudo, e quando pergunta de onde eu venho (talvez com a intenção de me desmerecer) e eu falo que sou do Brasil, tudo muda. Dizem que bom, que gostariam muito de conhecer o Brasil, citam o futebol, dizem que tem muitas mulheres bonitas, etc, etc. Até esquecem porque ligaram.

E eu fico pensando, tanta gente ama o Brasil aqui fora, e a gente não dá valor ao próprio país, não dá valor aos estrangeiros que vão visitá-lo, praticando violência contra eles (só pra citar os últimos acontecimentos no RJ) e tudo mais.

Por quê, meu Deus??????

Sunday 21 November 2004

No dia 19 de novembro se completaram três anos que eu e Alejandro nos conhecemos... 3 anos em que trocamos as primeiras palavras pela Internet; e eu sem Internet em casa e ocupada demais no trabalho para poder postar.

No dia anterior, 18, eu deitada no colo dele quando ele me comenta de leve sobre o dia seguinte. Eu, no momento, só lembrando que no dia seguinte meu Travelcard expiraria e eu tinha que comprar outro, e que seria o lançamento do dvd do Harry Potter and the Prisoner of the Azkaban, que eu queria comprar. Alejandro olha pra mim com o olhar tão lindinho, eu fico olhando e não sei do que ele está tentando falar, quando dou por mim e num estalo lembro que seria no dia seguinte nossos 3 anos juntos.

[...]

Minha mente naquele breve momento não se recordou desta data tão importante para nós.

Quem manda subestimar os homens???

Sunday 14 November 2004

Por que os homens têm que ser assim às vezes???

Hoje aconteceu uma coisa que espero não se repita mais. Eu sempre saio sozinha nos fins-de-semana, já que Ale prefere jogar futebol. Mas hoje eu queria sair com ele; então pedi pra que não fosse ao futebol e saísse comigo. Ele falou que não, que tinha se comprometido a ir e não poderia faltar. Que semana que vem a gente iria. Eu repliquei que conhecia essa história dele de semana que vem, e que certamente outro jogo apareceria e ele adiaria de novo. Bem, acabou que o meu lado sensível aflorou e eu comecei a chorar. Ele deitou do meu lado e me abraçou, dizendo pra que eu não chorasse, que ele iria comigo. Eu expliquei que as coisas não poderiam funcionar assim. Uma mulher não necessita só ouvir 'Eu te amo'; o homem precisa fazer um esforço e demonstrar que realmente a amava. Que desde o momento que eu o conheci, comecei a gostar dele exatamente porque ele fazia esse esforço pra demonstrar que gostava de mim, mesmo que estivéssemos longe um do outro; e agora que eu estava ao lado dele parecia que ele estava se esquecendo disso. Ele pediu desculpas sinceramente. Falou que iria levar o irmão dele à partida e que voltaria pra se arrumar. Foi e voltou; aí quase na hora de sairmos o irmão dele volta de carro com outro amigo, dizendo que não teve a tal partida. Eu olhei pra cara dele com um olhar de 'confie mais na intuição de sua namorada'!!!!

Fomos à galeria de arte que vou toda semana, a National Gallery em Trafalgar Square. Fizemos parte do tour, vimos quadros famosos e ele se admirou de como eu já conheço a história de várias pinturas e a própria geografia da galeria. Coisa de freqüentadora assídua...

Depois fomos ao shopping de Surrey Quays ver 'Bridget Jones: The Edge of the Reason', que eu amei, já que sou fã tanto dos atores quanto dos personagens :) É muito legal! :)

Viu amor? Sair comigo não doeu tanto ;)

Beijos!

Tuesday 2 November 2004

Os metrôs e trens daqui são cheios de propagandas. E eles ficam em locais estratégicos: encima, onde todo mundo fica olhando quando sentado. Normalmente o pessoal nos transportes públicos ficam sérios e ninguém olha pra cara de ninguém. Em metrôs e trens todas as cadeiras são de frente uma pra outra. Então todo mundo fica na iminência de se entreolharem, mas todo mundo evita essa troca de olhares.

Meu professor mesmo disse: depois que ele sai da escola, ele fecha a cara até chegar em casa... E ele mesmo não sabe porque. É a própria cultura daqui, eu acho...

Hoje eu fiquei lendo um pequeno poster na DLR que dizia que mais de 64 mil libras foram arrecadadas, graças às multas cobradas às pessoas que não pagaram a passagem (fare), e 757 pessoas foram fichadas pela polícia por não terem pago a tal multa. Isso entre janeiro e junho deste ano. Ou seja: quem não tem uma passagem válida para a viagem, paga multa se for pego, e se não pagar a multa, fica sujo na polícia. Na DLR, as estações não têm máquina de acesso tipo no metrô; são completamente abertas e todo mundo pode entrar na estação e no trem. Só que dentro do trem há o condutor que circula em todos os vagões, pedindo para ver os tickets. Hãããã? Como assim? O condutor circulando nos vagões?? E quem conduz o trem??? O negócio é que ao lado de cada porta do trem há comandos que o condutor pode utilizar, mas o trem anda sozinho mesmo, automaticamente.

Eu gosto muito do DLR! É rápido e eficiente.

Fotos do meu Halloween em meu flog!

Beijos!